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sábado, 22 de outubro de 2011

Da Transferência da corte à Independência do Brasil

Um fator determinante da transferência da corte  Portuguesa de Portugal para o Brasil foi a iminência da invasão de Portugal pelas Tropas napoleônicas, segundo Ronaldo Vainfas, D. João e a Corte partiram de Lisboa em 29 de novembro de 1807, compondo uma comitiva de 15 mil pessoas. A Transferência da Corte portuguesa para o Brasil não foi improvisada, como é comum entende-la. Ela já havia sido cogitada outras vezes.
Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, o Príncipe regente Dom João de Bragança, filho da Rainha Dona Maria I, abriu os portos da então colônia, permitiu o funcionamento de fábricas e fundou o Banco do Brasil


O Brasil Tornou-se Reino Unido a Portugal e Algarves

 Em 1815, o então Estado do Brasil, uma colonia do império português, tornou-se um reino unido a Portugal, e a então Rainha Dona Maria I, foi coroada rainha do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com a morte da mãe, o então Príncipe-regente Dom João de Bragança foi coroado rei, em 1816. Logo depois volta para Portugal, deixando seu filho mais velho, Dom Pedro de Alcântara de Bragança, o príncipe real do reino unido, como regente do Brasil.

A abertura dos Portos brasileiros

  A abertura dos portos brasileiros às nações amigas (principalmente à Grã Bretanha) foi promulgada por meio de uma Carta Régia, pelo príncipe regente, D. João, em 28 de janeiro de 1808. O decreto foi assinado quatro dias após a chegada da Família Real e da Corte portuguesa a cidade de Salvador, na Capitania da Baia de Todos os Santos. A antiga sede da Colônia foi a primeira escala da esquadra, que tinha como destino a cidade do Rio de Janeiro (sede da Colônia).
A transferência da família Real e da Corte portuguesa para o Brasil foi motivada pelo avanço das tropas de Napoleão em direção a Lisboa, em meio a Guerra Peninsular.
Antes da abertura dos Portos, os produtos que saiam do Brasil passavam, obrigatoriamente, pela alfândega em Portugal, assim como os produtos importados a serem enviados para a Colônia. O Pacto Colonial garantia a Portugal o monopólio do comércio exterior da Colônia. Nada se comprava ou vendia na Colônia sem passar antes por Portugal.
A decisão de D. João foi festejada pela população por anos, apesar de tal decisão, na verdade, ter sido tomada por necessidade e conveniência. Com a transferência da Família Real para o Brasil, e com Portugal nas mãos de Napoleão, o comércio com os demais países precisou ser feito sem intermediários. Mesmo porque, a família Real estava falida, e sua sobrevivência dependia da venda das riquezas extraídas e produzidas em solo brasileiro.
Nesse mesmo ano, outra medida foi festejada pela população, sobretudo pelos comerciantes locais. Em 1º de abril, D. João assinou um alvará que revogava um antigo, de 1785, que proibia a instalação de manufaturas na Colônia.
Por dois anos, os Estados Unidos foram os maiores beneficiados pela abertura dos portos. No entanto, em 1810, Portugal e Grã Bretanha assinaram o Tratado de Cooperação e Amizade (oficialmente “Treaty of Cooperation and Friendship”), que continha regras de aliança e amizade, e de comércio e navegação. Com esse tratado, a Grã Bretanha passou a ser o país mais beneficiado pela abertura dos portos brasileiros, inclusive no que diz respeito às tarifas alfandegárias.
A abertura dos Portos no Brasil, assim como o Tratado de 1810, com a Grã Bretanha são um marco na história do liberalismo econômico.
Esse foi o primeiro passo para que o Brasil deixasse de ser Colônia de Portugal, o que foi oficializado em 1815, quando o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
A abertura dos portos em 1808 aumentou as possibilidades de articulação da América Portuguesa com o comércio internacional. As cidades cresceram e começaram a adotar hábitos de consumo mais sofisticados. O maior exemplo foi a cidade do Rio de janeiro, que se transformou com a presença da Corte Portuguesa.


Podemos destacar cinco resultados da instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro:


1) Crescimento Populacional
2) Ampliação das funções comerciais
3) Transformação dos hábitos dos Brasileiros
4) Intensificação da vida cultural
5) Desenvolvimento da administração


A Revolução Constitucionalista do Porto

O movimento constitucionalista do porto, de feição liberal, tinha como objetivos:

1) Retomada da soberania portuguesa, com a expulsão dos ingleses do reino.
2) A eliminação da monarquia absolutista.
3) A reinstalação da sede do governo português em Lisboa.
4) O retorno da Família Real.
5) A recolonização do Brasil.

Apesar da relutância de D. João em deixar o Brasil, as pressões o obrigaram a partir para Portugal, o que se deu em 25 de abril de 1821. Em seu lugar ficou, como regente, seu filho, D. Pedro.
O príncipe, seduzido pelas campanhas populares pela sua permanência no Brasil, proclamou o FICO em 9 de janeiro de 1822. O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

No contexto do processo de independência do Brasil, dois eram os problemas que afligiam as elites:

1) O temos de uma fragmentação do território brasileiro, como acontecera no processo de emancipação da América Espanhola.
2) A ameaça constante de uma grande rebelião escrava, à semelhança da que ocorrera no Haiti.

Face a esses dois problemas, era preciso optar por uma forte centralização política e administrativa, que desse conta de manter integro o território brasileiro e de preservar a ordem social. Assim, a opção pela monarquia foi resultado do medo que a escolha de uma republica federativa.
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O Primeiro Reinado 1822 a 1831


O surgimento do Primeiro Reinado marca definitivamente o abandono da condição de colônia e a transformação do Brasil em uma nação politicamente soberana. Apesar do significado histórico dessa mudança, percebemos que nosso processo emancipatório não permitiu a conquista de outras modificações mais amplas e significativas. Afinal de contas, os privilégios das classes dominantes e a condição de miséria dos subalternos foram tacitamente preservados.
            Apesar da manutenção dos privilégios, vemos que nessa época foram necessárias grandes ações que organizassem o Estado brasileiro. Internamente, uma primeira medida foi a discussão da primeira carta constitucional, que deveria afixar as diretrizes legais do país formado. No âmbito internacional, o governo imperial deveria buscar o reconhecimento de sua independência e o estabelecimento de relações diplomáticas que promovessem o desenvolvimento da economia.
No período que esteve à frente do governo, D. Pedro I mostrou uma liderança bastante questionável. A opção por uma constituição por ele mesmo elaborada e o pagamento de uma pesada indenização aos cofres portugueses colocavam em dúvida o seu compromisso com os interesses da população. Já em 1823, a Confederação do Equador, revolta ocorrida na região nordeste, enfrentou os desmandos da estrutura política autoritária do imperador.

            O episódio acabou não promovendo nenhuma transformação nos ditames políticos empregados pelo governo de Dom Pedro I. Valendo-se da autonomia concedida pelo Poder Moderador, o monarca ainda autorizou os enormes gastos com a Guerra da Cisplatina. Neste conflito, a população local visava dar fim ao mando do governo brasileiro. No fim do conflito, a derrota das tropas nacionais acabou fortalecendo os críticos do governo imperial.

            Logo em seguida, Dom Pedro I se envolveu nas disputas que rondavam a sucessão do trono português. A preocupação do imperador com assuntos de origem lusitana também instigou a reação negativa daqueles que duvidavam do compromisso do imperador para com as questões nacionais. Em 1830, as circunstâncias obscuras que marcam o assassinato do jornalista Líbero Badaró, franco opositor do Império, contribuíram para o esfacelamento da imagem do poder imperial.
No ano seguinte, a Noite das Garrafadas, embate ocorrido entre os defensores e opositores de D. Pedro I, acabou deixando a sustentação política do imperador precária. Para contornar a situação, criou-se um ministério somente formado por brasileiros. Quinze dias depois, sem dar justificativa aparente, o imperador decidiu acabar com o ministério e reintegrar seus antigos aliados. Essa foi a gota d’água para que vários protestos forçassem a saída de D. Pedro I, que abdicou o trono em 7 de abril de 1831.

As guerras de independência do Brasil
Antes da oficialização de nossa independência, observamos que o governo de Portugal tomou ações que procuravam enfraquecer a autoridade do então príncipe regente D. Pedro I em terras brasileiras. Entre outras medidas, as Cortes de Portugal decidiram enviar Juntas de Governo que controlariam diretamente algumas das províncias brasileiras. Dessa forma, D. Pedro I teria seu mando restringido ao ter parte do território brasileiro livre de sua autoridade.
Assim que a proclamação da independência foi realizada, em 7de setembro de 1822, os governos provinciais indicados pela Coroa Portuguesa se rebelaram contra o recém-empossado D. Pedro I. Em um país de dimensões continentais, esse tipo de rebelião poderia ameaçar seriamente a manutenção da unidade territorial brasileira. Entre as províncias que se rebelaram, destacamos a Cisplatina (atual Uruguai), Bahia, Piauí, Pará e Maranhão.
Sem condições de enfrentar os levantes de modo autônomo, o governo brasileiro contratou os serviços militares de oficiais estrangeiros tais como o lorde inglês Thomas Cochrane e o marechal francês Pierre Labatut. Entre os meses de julho e agosto de 1823, esses oficiais lutaram contra os levantes que tomaram as regiões norte e nordeste do território brasileiro. Alguns meses mais tarde, os revoltosos da região Cisplatina foram igualmente vencidos.
Do ponto de vista político, observamos que o processo de independência brasileiro não se desenvolveu por um amplo consenso da população. A natureza elitista da nossa emancipação política ainda foi ponto de partida para que diversas outras crises acontecessem no Primeiro Reinado. Além disso, vemos que a consolidação da independência custou a realização de gastos que já colocavam nossa combalida economia em situação ainda mais delicada.
O tom autoritário e elitista impresso desde o início do governo de Dom Pedro I, instalou um clima de insatisfação no interior de diversas províncias do Brasil. A dissolução abruta da assembléia de 1824, fez com que muitos líderes políticos locais se opusessem às exigências imperiais. Na região nordeste, essa questão era ainda mais delicada quando levamos em conta as constantes crises econômicas que assolaram as províncias nordestinas, principalmente devido à estagnação da economia açucareira. 

Confederação do Equador
Foi nesse contexto de miséria e disputa pelo poder que em Pernambuco estabeleceu-se um movimento contrário aos ditames de Dom Pedro I. Na época, a dissolução da Assembléia foi seguida pela deposição do então governador Manuel de Carvalho Paes de Andrade. Depois de perder o seu cargo, Paes de Andrade rapidamente mobilizou forças para organizar um movimento separatista na região nordeste. Seria criado um novo Estado com o nome de Confederação do Equador. 
Em pouco tempo, a revolta nascida em Pernambuco ganhou apoio das províncias do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Instaurado entre as populações urbanas do nordeste, a Confederação defendia a criação de um governo republicano. Entre suas primeiras medidas, o movimento decretou o fim do tráfico negreiro e o recrutamento militar obrigatório das populações subordinadas ao novo governo. As lideranças populares da Confederação – representadas por Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru – ainda exigiam reformas mais radicais semelhantes as da Revolução Haitiana.
            Entre outras propostas, as alas populares da Confederação do Equador sonhavam com a criação de um governo controlado pelas camadas populares e o fim da escravidão. Em contrapartida, as elites agrárias participantes do movimento discordavam com tais medidas e, logo em seguida, desertaram da ação antiimperial. A cisão interna do movimento seria o triunfo necessário para que as tropas de Dom Pedro I pudessem combater o levante nordestino.
            Obtendo empréstimos com a Inglaterra, Dom Pedro I formou um exército comandado por Francisco Lima e Silva e contratou os serviços do mercenário britânico lorde Cochrane. Em setembro de 1824, um bloqueio naval pressionou os confederados. Em terra, as elites dissidentes formaram milícias que auxiliaram no fim da Confederação do Equador. Sem muitas opções, Paes de Andrade conseguiu refugiar-se na Inglaterra. No entanto, outros líderes separatistas não tiveram a mesma sorte e acabaram sendo mortos pelas autoridades imperiais. 
Um tribunal dirigido pelo próprio Francisco Lima e Silva julgou e condenou dezesseis revoltosos. Entre os condenados estava Frei Caneca, que foi sentenciado à morte por enforcamento. No entanto, os responsáveis pela execução, sabendo da popularidade e da origem religiosa de Frei Caneca, negavam-se a cumprir a sentença. Com isso, sua pena foi mudada para a morte por fuzilamento.
A abdicação (7 de abril de 1831)
Fatos que contribuíram para o desgaste político e a conseqüente abdicação de D. Pedro I:
·         A crise econômica que culminou com a falência do Banco do Brasil, em 1829
·         A questão da sucessão ao trono português, iniciada em 1826.
·         A nomeação do “Ministério dos Marqueses” 5 de abril de 1831
·         A Guerra da Cisplatina
·         A Confederação do Equador
Isolado politicamente, D. Pedro I redigiu uma carta-renúncia abrindo mão do trono brasileiro em nome de seu filho Pedro de Alcântara, com cinco anos de idade na época, seguindo para Portugal, onde assumiria o trono com o título de D. Pedro IV





IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE COMPRAS



 Nos últimos anos, e em todo o mundo, a área de compras/suprimentos vem passando por profundas transformações. O grande motivo dessas modificações reside no fato de que a área passou a ter importância equivalente a finanças, marketing ou produção, e hoje integra as decisões estratégicas das empresas. O termo compra pode ser definido como a aquisição onerosa de uma coisa ou de um direito, pelo qual se paga determinado preço. As atividades relacionadas a compras envolvem uma série de fatores como seleção de fornecedores, qualificação dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de preços, serviços e mudanças na demanda, entre outros. A gestão de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização. A aquisição de matérias primas, suprimentos e componentes representa um fator decisivo na atividade de uma empresa, pois dependendo de como é conduzida podem gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros. Decorrente das mudanças ocorridas nas organizações, a função compras não é mais vista como uma atividade rotineira e sim como parte do processo de logística das empresas. Isso porque mais do que simplesmente adquirir produtos, o setor de compras atualmente se inter-relaciona com todos os outros setores da empresa, influenciando e sendo influenciado. Deste modo, a função compras e sua área correspondente vêm ganhando espaço e evidência no contexto das organizações, já que não basta apenas comprar, é preciso comprar bem, procurando obter o maior número de vantagens possível.

PALAVRAS-CHAVE: competitividade, compras, gestão, lucro, produção.

1.     A Importância da Área de Compras:
Segundo SIMÕES, Érica. (Discente da Faculdade de Ciências Jurídicas e Gerenciais de Garça) A aquisição de matérias-primas, suprimentos e componentes representa um fator decisivo na atividade de uma empresa, pois dependendo de como é conduzida podem gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros.
Concordamos plenamente que compras é muito importante para o bom desempenho de um instituição. No entanto, essa importância é relativa em vários fatores, tais como a natureza da organização ou o seu grau de dependência de terceiros. Compras é o setor da empresa que tem função de supri-la com materiais adequados para produção e comercialização. A este setor cabe a responsabilidade pela qualidade dos produtos utilizados e/ou oferecidos pela organização tendo também grande importância na redução de custos através de negociações, busca por novos materiais e novos fornecedores ( POZO, 2010).



2.     A FUNÇÃO COMPRAS NAS EMPRESAS

Ao longo do tempo, a função compras passou a ser imprescindível para a administração de recursos materiais de uma empresa. Hoje saber comprar de forma a beneficiar a organização é determinante não somente para a competitividade, como para a própria permanência da empresa no mercado. Hoje se calcula que o total gasto pelas empresas com compras varia de 50% a 80% da receita bruta. Portanto, pequenas reduções no custo das aquisições podem repercutir de maneira altamente positiva no lucro da empresa.
            Seguindo na mesma direção, podemos definir, num  sentido amplo que a área de compras tem como objetivos adquirir bens e/ou serviços, na qualidade desejada, no momento preciso, pelo menor custo possível e na quantidade pedida. Uma das principais modificações ocorridas ultimamente nas organizações, foi a passagem da área de compras, antes estritamente operacional, para atividade de gestão, na linha de comando das decisões das empresas. E nem poderia deixar de ser diferente, dada a magnitude da área em termos econômicos financeiros e logísticos para qualquer empresa. Um departamento de compras tem como objetivos adquirir bens e/ou serviços, na qualidade desejada, no momento preciso, pelo menor custo possível e na quantidade pedida. Os bens são adquiridos para atendimento à produção e a operação da empresa (materiais diretos ou produtivos) ou para todo o restante da organização (materiais indiretos ou improdutivos ou auxiliares). Relativamente aos serviços, tais como, manutenção em geral, limpeza e vigilância, em muitas empresas, eles também são contratados pelo departamento de compra, com procedimentos bastante semelhantes aos adotados para aquisição de bens. O deptº de compras é uma área que presta serviços as demais unidades da empresa. Quando é acionado para a missão de adquirir determinado produto, ele o está fazendo para o setor solicitante, que no caso, é o responsável por ditar as regras sobre o que realmente é desejado e, conseqüentemente, para definir a especificação do produto.
Por essa razão, o departamento de compras não poderá, por si, redefinir especificação feita pelo solicitante ou adquirir material diferente do requisitado, mesmo que por um preço bem menor. Muitos produtos, se não colocados à disposição dos solicitantes nas datas por eles estabelecidas, talvez nem mais sejam necessários, o prejuízo poderá ser incalculável. Temos de trabalhar bastante afinados com os diversos setores da empresa que nos pedem produtos e serviços, para atendê-los conforme programação. Quando falamos em custo, queremos dizer o preço propriamente dito, calculado de acordo com as condições de pagamento, acrescido dos impostos incidentes, além de frete, embalagem. A abrangência deste quesito confunde-se com a qualidade desejada, visto que poderia ser afirmado que uma quantidade diferente da requisitada não contemplaria a amplitude do pedido.




A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Brasil, 1993), conceitua “compra como toda aquisição remunerada o papel do comprador no processo de compras em instituições públicas 687 rap – Rio de Janeiro 42(4):681-99, jul./ago. 2008 de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente”. Para Baily e colaboradores (2000:16) a “compra é vista pela organização bem-sucedida de hoje como uma atividade de importância estratégica considerável”. Sua finalidade é suprir com os materiais ou serviços necessários, em quantidades e qualidades certas, a preço adequado, e no momento certo. Colaborando com este entendimento, Baily e colaboradores (2000:31) enfatizam que essa definição é bastante criticada pela sua simplicidade e superficialidade. Acrescenta ainda que um bom objetivo deve ser mensurável de alguma forma, por isso sugere uma definição mais ampla para os objetivos, a saber:

·         suprir a organização com um fluxo seguro de materiais e serviços para atender a suas necessidades;
·         assegurar continuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos com fontes existentes, desenvolvendo outras fontes de suprimentos alternativas, ou para atender a necessidades emergentes ou planejadas;
·        comprar eficiente e sabiamente, obtendo por meios éticos o melhor valor
            por centavo gasto;

Assim, a área de compras desempenha um papel importante na realização dos objetivos estratégicos da instituição, devido à sua capacidade de afetar a qualidade e entrega de produtos ou serviços essenciais que serão utilizados  nas pesquisas científicas.

3.     A atividade de compra como função administrativa

A compra não é um fim em si mesma, e tem como função principal coordenar
a sua atividade, aliada e em sintonia com outras importantes fases desenvolvidas pela organização. A atividade de compra implementa o trabalho dos outros departamentos, pela aquisição de insumos necessários para a realização dos trabalhos finalísticos da instituição. Pode-se considerar compras como função administrativa, separada por diversos estágios que se relacionam entre si e necessitam de decisões a ser tomadas, associadas a qualidade, quantidade, origem, cronograma e custo de aquisição. Heinritz e Farrell (1994:20) enfatizam esse contexto, onde a compra é uma função administrativa. Mesmo em bases diferentes, a compra é, por si própria, uma verdadeira função administrativa. Envolve ela a administração de materiais em uso corrente, desde a determinação de fontes de fornecimento e “vias de fornecimento”, passando pelo almoxarifado, até a entrega final nos pontos de produção, conforme se fizer necessário. Em todos os estágios há decisões a serem tomadas, quanto à qualidade, quantidade, cronogramas, origem e custo. Reconhece-se, assim, que a oferta de produtos de qualidade, em quantidades adequadas e adquiridos por um preço razoável são aspectos chave na viabilização econômica das unidades. Na realidade, os particulares compram materiais e/ou serviços de quem eles acham necessário ou conveniente; já na administração pública, com ressalvas de algumas hipóteses legais, as compras serão necessariamente precedidas de licitação, tendo em vista o dinheiro e o interesse público que está em jogo. Por isso, os compradores públicos não podem agir livremente, mas sim, de acordo com a lei. A função de comprar está intrinsecamente ligada a todos os departamentos da instituição, não só do ponto de vista da compra em si, mas, sobretudo, no alcance dos objetivos e finalidades institucionais. Um comprador público deverá levar em consideração, na sua decisão final de compra, as opiniões e sugestões dadas pelos requisitantes dos produtos ou materiais solicitados, pois elas contribuem e motivam os atores envolvidos, além de aperfeiçoar os aspectos técnicos, provocando um constante aperfeiçoamento dos métodos e das atividades de compras.


4.     Planejamento da Área de Compras
Como toda atividade intensa, compras conta com uma série de problemas que afetam diretamente o seu cotidiano de trabalho, onde podemos destacar: as compras de emergências. Que ocorrem normalmente em razão de deficiências no planejamento da compra por parte dos solicitantes de materiais.
Conforme a aprendemos na aula do professor Luis Carlos Loureiro, as organizações para sobreviverem também precisam passar por transformações, aumentando sua eficiência e sua adaptabilidade ao ambiente, utilizando-se para isso, de algumas ferramentas, dentre elas, a gestão estratégica (Wheelen e Hungen (2002).
A falta de maiores informações sobre o funcionamento da área de compras é dos motivos da ocorrência da prática de requisições em caráter emergencial. Entendemos que é necessária para uma boa gestão estratégica, a necessidade da criação de procedimentos para aprimorar a atuação, tanto interdepartamental, quanto dos próprios departamentos. Inúmeras vantagens poderão ser citadas com a implantação dos procedimentos  que conte com a participação de todos os envolvidos em sua elaboração:
·        Identificação do fluxo a ser seguido para execução de várias atividades do departamento.
·        Padronização da atividade, uma vez que os envolvidos passarão a operar da mesma forma, evitando a execução de tarefas iguais, porém, de modo diferenciado.
·        Treinamento de pessoal. A existência de manual de procedimento facilitará o desempenho dos profissionais envolvidos nos trabalhos, principalmente, quando da contratação de novos colaboradores.
·        Aprimoramento de funções é comum a surgimento de fatos que tenderão a racionalizar fluxos e eliminar documentos.

O profissional de compras é normalmente forçado  atuar na fase de execução dos trabalhos, deixando e, segundo em plano a fase de planejamento. Trabalhar sem planejamento é tarefa impraticável, que não te lugar em empresas vencedoras.
5.     BENEFÍCIOS DE UM PLANEJAMENTO  DE COMPRAS EFICIENTE

 Conforme professor Luis Carlos, Planejamento Estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas à organização e sua evolução esperada. As vantagens que a realização de planejamento bem elaborado traz para uma instituição:
·        Força o envolvimento dos vários elementos da empresa no cumprimento das diretrizes, objetivos e metas preestabelecidas.
·        Facilita e agiliza o processo de tomada de decisões.
·        Cria alternativas gerenciais;
·        Transforma a empresa reativa em empresa proativa.
·        Oferece, aos envolvidos com o sistema, a oportunidade  de se afastarem da execução das atividades rotineiras e passarem a pensar na organização como um todo.
·        Possibilita a obtenção de melhores resultados por todos os envolvidos.


Não basta ter um planejamento estratégico de qualidade. O sucesso de uma organização depende de uma gestão estratégica continua para garantir resultados ao longo dos tempos. ( Luis Carlos Loureiro)


6.     BENFICIOS DE UMA GESTÃO DE COMPRAS EFICIENTE
Vamos apresentar abaixo uma ferramenta que nos auxilia na compreensão de cada parte da gestão estratégica que é o PDCA, um conhecido método de solução de problemas.

6.1 Identificação do problema ou oportunidade de melhoria

Trata-se de definir, com critérios objetivos, os processos ou as situações que devem ser melhorados.  No artigo exposto, afirmamos acima que um dos principais problemas da área de compras são as compras de emergências. Pelo nosso entendimento, os responsáveis pelo setor devem conhecer profundamente o que é pedido, quem pede, como pede.  Para minimizar a ocorrência de emergências, o controle mais importante a ser implantado é o da requisição de materiais. Por ele, será possível identificar, claramente, quais as áreas com maior incidência de pedidos em caráter emergencial e, a partir deste ponto, dar início ao trabalho efetivo de redução dessas emergências.



6.2  Analise do fenômeno:
De posse dos dados coletados no controle, é possível identificar, com clareza, quais os maiores focos solicitantes de materiais em caráter de urgência. Passamos a verificar suas causas e conseqüências.

6.3 Analise do processo
Uma vez identificados os principais focos causadores de pedidos urgentes, deverá ser feito trabalho de informação e conscientização perante os responsáveis, objetivando reduzir consideravelmente o numero de solicitações  em tais condições. Informar e conscientizar são pelo fato da prática de requisitar materiais em caráter de urgência é, muitas vezes, causada pela falta de informação dos nosso cliente internos. Nessa etapa, concentramos esforços na busca de alternativas para solução do problema.

6.4 Criação de um Plano de Ação
Envolve a elaboração do plano de trabalho, e conforme já discorremos acima se faz necessária a criação de um manual de procedimentos, pois, dentro de um departamento de compras a falta de maiores informações  sobre o funcionamento da área de compras é dos motivos da ocorrência das compras de emergência.

6.5 Execução do Plano
Devem ser garantidas as condições para que os envolvidos realizem as atividades de sua responsabilidade, É necessário manter planejamento próprio e participar do planejamento global da organização. Sem dúvida, em virtude da grande importância de que desfruta, no contexto organizacional, a área de compras passa a ter importância decisiva na elaboração e execução de qualquer planejamento que pretenda ser bem feito. Para utilizarmos o PDCA, é claro é necessário conhecer o nível que atuamos.
 
7.     CADA CICLO DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO, ANÁLISE DE RESULTADOS E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA PROMOVE O APRENDIZADO ORGANIZACIONAL
Para que o comprador tenha um desempenho satisfatório, faz-se necessário um aprimoramento de suas competências e qualificações, que se consegue por meio do acúmulo de conhecimento e capacitação, que irá determinar a diferenciação primordial entre um comprador burocrático (reativo) ou um comprador moderno (proativo).  No caso especifico deste artigo  resta falar sobre a providencia a ser tomada pelos compradores, antes de realizarem compra emergencial. Trata-se de avaliar á quantidade de material pedida,  qual aquela que será necessária para o atendimento imediato e, se for o caso, somente essa quantidade será adquirida em emergência, mantendo o restante dentro de procedimentos normal de compra, sem atropelos. Por exemplo, vamos imaginar que dê entrada em compras uma requisição para aquisição urgente de 200 unidades de determinada Lâmpada. Ao analisar o perfil de consumo do item, o comprador verifica que não será necessário adquirir a sua totalidade imediatamente, mas apenas 50 delas serão suficientes para suprir as necessidades imediatas da área solicitante.

8.     CONCLUSÃO
Hoje não se pode imaginar um comprador preocupado unicamente com o fechamento de um processo de compra sem, contudo, avaliar essa operação com os demais processos integrados de gestão. A importância do departamento de compras dentro do contexto organizacional não poderia deixar de apontar para uma forte participação e cumprimento do próprio objetivo da empresa. Não podemos nos esquecer e que até mesmo grandes guerras foram vencidas ou perdidas devido à melhor ou à pior atuação de suprimentos em seus momentos decisivos. Podemos perceber  que uma das principais modificações ocorridas nas organizações, foi a passagem da área de compras, antes estritamente operacional, para atividade de gestão, na linha de comando das decisões das empresas. Tratando especificamente do artigo exposto, cabe ressaltar que se área de compras de materiais trabalharem mal, com falta de planejamento e uma gestão ineficiente, trará resultados desastrosos para a empresa. Está comprovado que muito pode ser feito de positivo em uma empresa, a partir do desempenho de uma área de compras bem estruturada. Quando um comprador sai de sua casa, em direção o trabalho, deve estar sempre consciente de que suas funções são extremamente importantes para os resultados da empresa que representa. Conforme aula do professor Luis Carlos Loureiro, é certo que o mundo é imenso e nossa pequenez é evidente. Mas o fato de estarmos aqui sempre altera o estado das coisas. Cada ponto de vista permite soluções que se completam.  Sempre fazemos a diferença onde quer que estejamos. Somos as peças fundamentais. O pensamento estratégico ajuda a organização a enxergar o todo e buscar a contribuição de cada parte por meio da atuação das pessoas. A participação do comprador na organização estratégica é fundamental para alcançar os objetivos o departamento e o todo da empresa. A aplicação de práticas de gestão e a profissionalização permanente  da área de gestão de suprimentos, possibilitará custos, que aliado à difusão da informação e do conhecimento, possa trazer vantagem competitiva, de forma a garantir a realização dos objetivos estratégicos da organização. Os compradores deverão assumir seu papel fundamental na realização desses objetivos, percebendo as prioridades competitivas, além de desenvolver um planejamento e uma gestão sistemática para cada aquisição de material ou serviço. Atualmente, a gestão de compras é tida em conta como um fator estratégico nos negócios, focalizando o volume de recursos, sobretudo, financeiros. A função desta atividade, que compactua com todos os departamentos de uma empresa, tem como objetivo de eficiência a obtenção dos materiais certos, das quantidades correta, das entregas  e dos preços mais vantajosos. Relativamente aos produtos ou serviços finais são necessários gastos nas compras de componentes para a produção dos mesmos. Tais gastos refletem entre 50 a 80% do total das receitas brutas. Como tal, evidenciam-se grandes impactos nos lucros quando são gerados pequenos ganhos devidos a uma melhoria na produtividade. Por este e outros fatores, como a reestruturação tecnológica das empresas, torna-se cada vez mais importante a atualização da informação e o dinamismo por parte das pessoas que trabalham nesta área. Os departamentos de compras têm como principais responsabilidades a escolha de fornecedores adequados e a negociação de preços. É legítimo afirmar que são necessários contributos de outros departamentos tanto para a pesquisa e avaliação de fornecedores como para a negociação de preços. Segundo a observação anterior, e num sentido amplo, induz-se também que comprar é uma responsabilidade de todos.
Percebe-se que a área de compras passou a utilizar novas tecnologias e estratégias de compras mais vantajosas para a integração entre clientes e fornecedores e melhorar a qualidade de serviços e/ou produtos. Estas atitudes resultam uma significativa contribuição para o alcance dos objetivos estratégicos e das metas das organizações. Uma gestão de compras eficiente pode trazer maior agilidade nas operações efetuadas pelas organizações e a qualidade crescente das aquisições, o que para a empresa é um diferencial altamente competitivo e positivo. A evolução da função compras ocorreu, principalmente, devido à globalização, a qual desenvolveu fornecedores mais especializados, graças ao surgimento da internet e a evolução das tecnologias, responsável atualmente pela realização de grande parte dos negócios no mundo inteiro. A visão tradicional descrevia a função de compras como o simples ato de comprar, mas esta função evoluiu e hoje é considerada de importância estratégica para as organizações. A tendência é que isso se intensifique, especialmente em face dos atuais desafios das organizações que precisam manter a competitividade, em condições de enfrentar desafios, obter lucro e sucesso empresarial. Esta função deve, portanto, merecer atenção especial visto que participa intensamente do processo produtivo. Dessa forma, além de melhorar a lucratividade das empresas, uma gestão de compras eficiente pode aumentar a produtividade, a qualidade dos produtos e, conseqüentemente, a satisfação dos clientes. A Administração do Processo Compras tornou a função do comprador essencial para a saúde financeira da empresa, em tempos de alta competitividade. O comprador exerce a função de analista, tendo que se levar em conta analise tributária, analise técnica, analise financeira do contrato e da empresa visando o melhor momento de colocação do pedido. Estas praticas vão propiciar redução dos estoques, disponibilidade do produto no momento certo. O resultado final é o aumento do lucro para todos os envolvidos no processo, por esta razão a função de compras tem-se tornado uma das mais importantes nas organizações.

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